A obra, fruto da parceria entre PNUD, UNESCO e outras instituições, também fala sobre o papel das escolas na promoção da atividade física

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a falta de exercícios físicos contribui para a morte de 3,2 milhões de pessoas por ano, mais do que o dobro de mortes causadas pela AIDS.

Para reverter essa tendência, a publicação Quality Physical Education, Guidelines for Policy Markers (Educação Física de Qualidade, Diretrizes para Políticas Públicas, no português) – fruto da parceria entre PNUD, UNESCO, Comissão Europeia, Conselho Internacional para a Ciência do Esporte e a Educação Física (ICSSPE), Comitê Olímpico Internacional (COI), UNICEF, UNOSDP e OMS – destaca  os benefícios que os exercícios físicos trazem e defende a formação de professores para uma eduação física de qualidade.

Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, aponta que o investimento público em educação física é compensado pelos dividendos na economia em saúde e em objetivos educacionais e ressalta que os exercícios físicos melhoram a vida dos jovens. “A participação na educação física de qualidade estimula uma atitude positiva em relação à atividade física, reduz as chances de jovens se engajarem em comportamentos de risco e impacta de forma positiva no desempenho acadêmico, além de fornecer uma plataforma para uma inclusão social mais ampla”, afirma.

As guidelines, ou diretrizes, da publicação abordam sete áreas de interesse especial sobre o estado da educação física. São elas: lacunas persistentes entre políticas e implementação de educação física, deficiências contínuas na alocação de tempo no currículo, relevância e qualidade do currículo da educação física, qualidade dos programas de formação inicial de professores; inadequações na qualidade e na manutenção das instalações, barreiras contínuas para se igualar as provisões e o acesso a todos e coordenação inadequada entre escola e comunidade.

Aos gestores e aos educadores, as recomendações são acompanhadas por estudos de caso sobre programas, frequentemente conduzidos por organizações não governamentais. Histórias de sucesso na África, nas Américas, na Ásia e na Europa ilustram o que pode ser realizado por meio da educação física de qualidade: jovens aprendendo a planejar e a monitorar o progresso no alcance de um objetivo estabelecido por eles mesmos, melhorando as habilidades sociais e o desempenho na sala de aula.

Se as escolas, sozinhas, não são capazes de fornecer o tempo de atividade física recomendado para os jovens, uma política bem planejada pode promover a união entre a educação física, a educação formal e a comunidade. Experiências como a do Projeto Magic Bus, na Índia, que faz uso da atividade física para ajudar a trazer de volta às salas de aula jovens que haviam abandonado a escola, mostram o potencial da convivência escola-lazer.

A publicação promove, ainda, o conceito de “instrução física”, definido pela organização canadense de educadores físicos e de saúde Passport for Life como a capacidade de se movimentar “com competência e confiança em uma ampla variedade de atividades físicas, em múltiplos ambientes, que beneficia o desenvolvimento saudável da pessoa como um todo”.

Acesse a publicação completa: Quality Physical Education, Guidelines for Policy Markers

PNUD, 20/02/2015