O Brasil possui atualmente 217 unidades de bancos de leite, distribuídas em todos os estados do território nacional. Além de promover o aleitamento materno, estes espaços são utilizados para coletar e distribuir leite humano para as crianças que precisam, contribuindo assim para a diminuição da mortalidade infantil. Nos bancos de leite, as mães e demais familiares dos bebês também recebem orientações e apoio à amamentação. De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), somente com a amamentação já é possível reduzir a mortalidade infantil em 13%.

Em 2015, a implementação das políticas públicas em bancos de leite humano no Brasil completa 30 anos. O ano também marca uma década de união de esforços para a construção da Rede Latino-ibero-afro-americana de Bancos de Leite Humano (rBLH). Para comemorar estes marcos, acontece até 25 de setembro, em Brasília, o II Fórum ABC/Fiocruz/Ministério da Saúde de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano e o VI Seminário Nacional de Políticas Públicas e Aleitamento Materno.

 O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou, durante a solenidade de celebração das datas, a importância da rede para a saúde das crianças. “Estes 30 anos de políticas públicas voltadas para o leite humano foram fundamentais para que o Brasil pudesse alcançar as metas de desenvolvimento do milênio referentes à redução da mortalidade infantil. De 1992 para cá, nós tivemos mais de 77% de redução. O aleitamento materno é um dos investimentos mais inteligentes e eficientes que os sistemas nacionais de saúde e sociedades podem oferecer às crianças”, disse o ministro.

As estratégias de incentivo à doação de leite humano conduzidas pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), coordenada pela Fiocruz, resultaram na implantação, na última década, de 79 Bancos de Leite Humano na Ibero-América e na África. Entre 2009 e 2014, os países dessas regiões, em conjunto com os bancos de leite humano da rede brasileira coletaram 1.132.760 litros, doados por 1.264.810 mães, que alimentaram e nutriram 1.264.497 crianças internadas em unidades de terapia intensiva/semi-intensiva neonatais.

A atriz Maria Paula, madrinha da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, é uma defensora da doação de leite. Mãe de duas crianças, a atriz ressalta a importância do leite doado para os bebês necessitados. “Os bancos permitem que os bebês na UTI neonatal consigam não apenas sobreviver, mas voltarem para as suas mães com saúde. Isso é uma verdadeira rede de apoio mútuo, rede de amor, de vínculo afetivo, de paz, de uma sociedade mais respeitosa, mais amorosa. É esse exemplo que temos que dar”, disse Maria Paula.

O modelo brasileiro de bancos de leite humano e as políticas públicas no Brasil são focadas na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, exclusivo, até os seis meses e continuidade da amamentação por até os dois anos ou mais. Nos bancos de leite humano, por exemplo, todo leite coletado passa por um rigoroso controle de qualidade antes de ser distribuído e é fornecido de acordo com as necessidades de cada criança. O Ministério da Saúde, em parceria com a rBLH, promove e intensifica campanhas e políticas públicas de aleitamento materno, estimulando o ato.

Blog da Saúde, Ministério da Saúde, 24/09/15