O número de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos vai mais que dobrar no mundo em 2050, passando dos atuais 900 milhões para cerca de 2 bilhões. Por isso, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) acredita ser importante que os idosos de hoje e os do futuro possam envelhecer de maneira saudável e ativa. Ou seja, que a idade avançada não impeça as pessoas de ser e fazer o que querem ou valorizam.

O tema foi discutido nesta segunda-feira (3), na sede da Representação da OPAS/OMS no Brasil, para marcar o Dia Internacional do Idoso (1º de outubro), em um evento feito em conjunto com o Ministério da Saúde brasileiro.

De acordo com o Representante Adjunto da OPAS/OMS no Brasil, Luis Codina, é necessário que várias áreas sejam trabalhadas concomitantemente para uma melhor resposta das instituições nacionais e internacionais a esse desafio. “Precisamos diminuir as inequidades na saúde para essa população na América Latina e no Caribe. O idoso precisa ter acesso a estruturas e espaços que o permitam ter mais autonomia. Há municípios com experiências bem sucedidas e importantes de serem reproduzidas”, afirmou.

O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, também acredita ser necessária a integração de diferentes setores para atendimento a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. “Há um desenho fundamental a ser feito de construirmos uma grande linha do cuidado”.

O evento contou ainda com a apresentação de um estudo feito pela professora Maria Fernanda Costa, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Minas Gerais. O levantamento, feito com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), mostra que um em cada três idosos brasileiros apresenta alguma limitação funcional. Desses, 80% (cerca de 6,5 milhões de idosos), contam com ajuda de familiares para realizar alguma atividade do cotidiano, como fazer compras e vestir-se, mas 360 mil não possuem esse apoio.

Plano
A OMS lançou em 2015 o Plano de Ação Mundial sobre Envelhecimento e Saúde. O documento contempla 5 objetivos estratégicos que objetivam promover a capacidade funcional durante todo o ciclo de vida por meio da adoção de medidas de envelhecimento saudável; criação de ambientes adaptados ao idosos; harmonização dos sistemas de saúde para as necessidades das pessoas idosas; fomento aos sistemas sustentáveis e equitativos de atenção a longo prazo e melhoria dos sistemas de investigação.

Cuidado domiciliar
Em cooperação técnica com a OPAS/OMS, o Ministério da Saúde do Brasil lançou o edital da 1ª Edição do Mapeamento de Experiência de Excelência no Cuidado à Pessoa Idosa no Contexto Domiciliar. A iniciativa pretende dar visibilidade às práticas bem-sucedidas no Sistema Único de Saúde (SUS), buscando o potencial de inovação e indicando os resultados alcançados e os caminhos para sua ampliação.

Gestores e trabalhadores da saúde dos âmbitos municipais, estaduais e federal podem participar do processo de seleção. As inscrições estão abertas até 7 de outubro pelo site do Ministério da Saúde. Os trabalhos podem ser submetidos em dois eixos temáticos: “Cuidado à Pessoa Idosa na Atenção Domiciliar” e “Gestão da Atenção Domiciliar à Pessoa Idosa”.

Dez experiências serão selecionadas e compartilhadas com gestores, trabalhadores e estudantes da área da saúde, além de interessados em geral, incentivando o debate e produção de estratégias e ações que contribuam para a qualificação do cuidado à pessoa idosa no âmbito da atenção domiciliar no SUS.

Dia Internacional
O 1º de outubro foi instituído como Dia Internacional do Idoso pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1990, para homenagear essa população, comemorar as conquistas, aumentar a consciência sobre as questões do envelhecimento, conscientizar a todas e todos sobre a importância das mudanças de atitudes para com as pessoas idosas, para sensibilizar a população em geral sobre a valorização e os contínuos desafios que esse grupo populacional heterogêneo enfrenta.

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