As transições epidemiológica e demográfica seguem em curso no planeta e no país, mudando rapidamente a face e a realidade do Brasil. Um dos últimos estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2016, sinaliza que, em 40 anos, a população idosa vai triplicar no país. Em 2010, foram registados 19,6 milhões de idosos, cerca de 10% da população total. A estimativa é que, em 2050, esse número chegue a 66,5 milhões – 29,3%, passando em muito o percentual de crianças. Este é o cenário que movimentará o debate sobre políticas de atenção à população idosa e epidemiologia do envelhecimento no X Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que acontece de 07 a 11 de outubro, em Florianópolis (SC).

+ Últimos dias para pagamento da inscrição – ATÉ 22 DE SETEMBRO – Pague sua inscrição e garanta sua participação
+ Últimos dias também para inscrição e pagamento dos cursos pré-congresso – Confira aqui a lista de atividades e aproveite ainda mais o evento

“Os indivíduos e a sociedade estão se confrontando com a necessidade de se preparar para as mudanças que o envelhecimento da população está impondo tanto para os indivíduos, que se deparam com um tempo maior de vida sem necessariamente saber muito bem o que fazer com isso e as coletividades. Essas mudanças estão trazendo a necessidade das políticas públicas e de saúde se voltarem para as demandas cada vez maiores dessa faixa etária”, aponta Eleonora d‘Orsi, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, integrante da diretoria da Abrasco e da Comissão Científica do Congresso.

Na mesma velocidade do aumento da expectativa de vida, crescem também os desafios para com esse segmento da população, principalmente no quesito proteção e assistência. O serviço Disque 100 divulgou números sobre as denúncias de violência reportados sobre idosos. Dos casos reportados, 77% são denúncias por negligência; 51% por violência psicológica; 38% por abuso financeiro e econômico ou violência patrimonial, e 26% por violência física e maus tratos, o que gera impactos diretos no Sistema Único de Saúde (SUS). “Os idosos são a faixa populacional que mais utiliza o SUS e a demanda só vai aumentar”, explica a docente, destacando a relação do direito à saúde, por exemplo, ao direito à cidade, uma vez que a mobilidade e a acessibilidade são cada vez mais comprometidas nas cidades atuais e afetam especialmente as condições de vida desta faixa etária.

Além do debate da intersetorialidade, outra marca da programação científica do Congresso de Epidemiologia e que também estará presente nas atividades dedicadas à temática é a discussão do impacto do quadro conjuntural na pesquisa epidemiológica e nos serviços. “Para o nosso Congresso, a escolha das mesas e palestras ligadas à saúde da população idosa foi orientada pela intenção de oportunizar um amplo debate sobre os temas atuais em epidemiologia do envelhecimento e trazer os pesquisadores que atuam nessa área de pesquisa. É grande o desafio para os serviços de saúde, pois tudo que acontece com os adultos em termos de saúde se agrava com o passar do tempo e as medidas de prevenção se tornam cada vez mais importantes para diminuir a carga de doenças e o quadro de dependência. Assim, além do debate das pesquisas em si, são urgentes as discussões sobre envelhecimento e financiamento do SUS, para adequar as competências de gestão a fim de permitir que o sistema cumpra seu papel com qualidade e dignidade, permitindo um envelhecimento ativo para brasileiras e brasileiros em todo o território nacional”, completa Eleonora.

+ Clique no link e veja a programação completa do X Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Confira abaixo a lista das atividades voltadas para o debate sobre envelhecimento e saúde da população idosa no X Congresso Brasileiro de Epidemiologia:

Segunda-feira, 09 de outubro
13:00 – 14:20 – Sessão Especial: Grandes cortes brasileiras dos ciclos vitais: principais resultados e perspectivas – Participação de Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa (MG) com a comunicação “ELSI: Estudo longitudinal da saúde e bem-estar dos idosos brasileiros”

14:50 – 16:40 Mesa-redonda: Estudos de estresse ocupacional e saúde no Brasil: o que já foi produzido e quais as novas possibilidades investigativas – Participação de Rosane Harter Griep (RJ) com a comunicação “O ambiente de trabalho: oportunidade para a prevenção do estresse psicossocial do trabalho e promoção de envelhecimento mais saudável entre os trabalhadores”

15:50 – 16:40 – Palestra: Implicações do envelhecimento populacional no Brasil e no mundo: desafios para o SUS – com Alexandre Kalache (RJ)

Quarta-feira, 11 de outubro
11:10 – 13:00 – Mesa-redonda: Violências nas distintas fases da vida: magnitude e impactos na infância, juventude e velhice – Participação de Stela Nazareth Meneghel com a comunicação “Perfil das violências contra idosos no Brasil”

11:10 – 13:00 – Mesa-redonda: Epidemiologia genômica de doenças complexas em coortes brasileiras de base populacional – Participação de Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa com a comunicação “Coorte de idosos de Bambuí”

14:20 – 16:10 – Mesa-redonda: Aspectos epidemiológicos e prevenção nas três dimensões para o envelhecimento harmonioso: humor, capacidade funcional e cognição – Com Marcia Scazufca; Luiz Roberto Ramos e Renato Veras  – Moderadora: Eleonora d‘Orsi (UFSC)

 

 

Fonte: Abrasco