Que caminho o Brasil poderá trilhar até 2035 para que o país seja desenvolvido, com uma sociedade livre, justa e solidária em 2100? Um projeto liderado pela Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ambos sediados em Brasília, buscou responder a questão. O resultado está no livro “Brasil 2035 – Cenários para o desenvolvimento”, lançado no dia 22 de junho, no auditório do Museu do Amanhã. Em 17 oficinas ocorridas em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a questão foi debatida e analisada sob diversas perspectivas por 30 instituições. Contando também com pesquisas na internet, mais de 800 pesquisadores e especialistas se envolveram no projeto.

 

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Sementes de futuro

Foram identificadas dezoito megatendências, dezessete incertezas-chave e dezoito atores mais influentes. Entre as megatendências está a manutenção das mudanças demográficas impactando as políticas públicas e o aumento dos anos de escolaridade da população sem que isso signifique necessariamente maior qualidade do nível educacional; a manutenção dos altos índices de criminalidade e do alto peso das commodities na pauta exportadora brasileira.

Dentre as incertezas-chave, constam questões relativas ao arranjo federativo brasileiro, ao sistema tributário, à gestão de recursos hídricos, e mesmo se haverá sistema de planejamento  capaz de orientar as ações públicas de coordenada com base em projeto nacional de desenvolvimento de longo prazo.

Cenários

O projeto desenvolveu quatro cenários possíveis para o Brasil em 2035, que dialogam com as perspectivas de desenvolvimento ou retrocesso social e desenvolvimento de uma economia inovadora. São eles: “Vai levando”, “Crescer é o lema”, “Novo pacto social” e “Construção”.

No primeiro cenário, “Vai levando”, permanece a cultura curto-prazista, com o Estado agindo de forma reativa e descoordenada, reagindo a pressões emergenciais. O resultado são sistemas públicos de baixa qualidade com ilhas de excelência e uma sociedade civil fragmentada.

Em “Crescer é o lema” o crescimento econômico é a prioridade dos governos, mas os avanços não chegam a todos, provocando maiores tensões sociais.

Em “Novo pacto social” a prioridade foi voltada ao enfrentamento da dívida social, mas os investimentos não chegaram às atividades econômicas inovadoras.

No sentido da “Construção”, o Brasil avançou de forma lenta permitindo uma estratégia de crescimento sustentável conciliando politicas sociais e econômicas, resultando nas bases de uma sociedade mais dinâmica e inovadora.

Os resultados do trabalho podem ser encontrados também na “Plataforma Brasil 2100: construindo hoje o país de amanhã”: www.brasil2100.com.br.

 

 

Fonte: Plataforma 2100