Das mulheres cujo último parto ocorreu entre 01/01/2012 e 27/07/2013, 45,3% tiveram parto normal e 54,7% fizeram cesariana, mais da metade delas (53,5%) agendadas com antecedência. É o que revela o terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013. Ela mostra também que, dos 50 aos 69 anos, 60,0% das mulheres haviam feito mamografia nos dois anos anteriores à realização da entrevista, enquanto que, dos 25 aos 64 anos, 79,4% realizaram o exame preventivo de câncer de colo de útero, conhecido como Papanicolau, nos últimos três anos. Já entre as mulheres com 18 anos ou mais, 7,7% se submeteram a cirurgia para extração do útero, tendo como principal motivo o mioma uterino. Quase 70,0% das mulheres de 18 a 49 anos ficaram grávidas alguma vez na vida. Do total de mulheres na mesma faixa que tiveram relações sexuais nos 12 meses anteriores à entrevista e que ainda menstruavam, 38,9 % não usavam qualquer método contraceptivo.
O terceiro volume da PNS 2013 analisa os ciclos de vida da população e traz informações sobre deficiência física e saúde dos idosos, da mulher e das crianças com até 2 anos. A análise abrange, ainda, dados antropométricos relacionados a peso e gordura abdominal, além de informações sobre pressão arterial.
Segundo a pesquisa, a obesidade acometia um em cada cinco brasileiros de 18 anos ou mais em 2013 (20,8%). O percentual era mais alto entre as mulheres (24,4% contra 16,8% dos homens). Já o excesso de peso atingia mais da metade da população (56,9 %), cerca de 82 milhões de pessoas, aí incluídos os obesos. Em dez anos, a obesidade entre mulheres de 20 anos ou mais passou de 14,0% em 2003, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), para 25,2% em 2013, de acordo com a PNS. Entre os homens, o crescimento foi menor, de 9,3% para 17,5%. O acúmulo de gordura abdominal também foi mais frequente no sexo feminino, atingindo 52,1% das mulheres e 21,8% dos homens. O oposto ocorre em relação à pressão arterial, cuja elevação foi mais comum entre os homens (25,3%) que entre as mulheres (19,5%), atingindo 22,3% da população no momento da entrevista.
A PNS também revelou que 6,2% da população tinha ao menos uma das quatro deficiências investigadas, sendo que 0,8% eram acometidas por deficiência intelectual; 1,3% por deficiência física; 1,1% por deficiência auditiva e 3,6% por deficiência visual. A deficiência física adquirida por doença ou acidente atingia um em cada cem brasileiros. A deficiência intelectual era a única cujo percentual de pessoas que nasceu com ela (0,5%) superava o das que a adquiriram (0,3%).
A PNS verificou que 6,8% dos idosos tinham limitações para realizar atividades de vida diária no próprio domicílio, como comer e se vestir, enquanto 17,3% encontravam obstáculos para a realização de atividades instrumentais, como fazer compras e tomar medicamentos. Em 2013, uma em cada quatro crianças com até um ano não havia tomado as três doses da vacina tetravalente, contra tétano, difteria, coqueluche e meningite. Das crianças entre 9 e 12 meses, 50,6% receberam aleitamento materno de modo complementar. Até os 2 anos, 60,8% das crianças comiam biscoitos, bolachas ou bolo, e 32,3% tomavam refrigerante ou suco artificial.
O terceiro volume da PNS 2013 traz dados para Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Clique aqui para acessar a publicação completa.
Deficiência: uma em cada cem pessoas tem deficiência física causada por doença ou acidente
Aproximadamente 2,6 milhões de pessoas (1,3% da população) possuíam deficiência física, como paralisias, amputações, deformidades e nanismo, entre outras. O percentual era maior para os homens (1,6%) do que para as mulheres (1,0%), aumentando a partir dos 30 anos: 1,0% para o grupo de 30 a 39 anos, 1,9% para as pessoas de 40 a 59 anos e 3,3% para aqueles que tinham 60 anos ou mais. As pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto (1,9%) mostraram percentuais acima dos demais níveis de instrução.
No país, cerca de 600 mil pessoas (0,3%) nasceram com esta deficiência, enquanto que 2,0 milhões (1,0%) a adquiriram por doença ou acidente A região Norte apresentou a menor proporção de deficiência física adquirida por doença ou acidente (0,8%). Da população com deficiência física, 46,8% possuíam grau intenso ou muito intenso de limitações, ou ainda não conseguiam realizar as atividades habituais. Estimou-se que 18,4% dessa população frequentava algum serviço de reabilitação.
Maior parte dos portadores de deficiência intelectual nasceu com ela
A deficiência intelectual acometia cerca de 1,6 milhão de brasileiros (0,8%) em 2013. É a menos frequente entre as quatro pesquisadas. Aproximadamente 1,0 milhão de pessoas (0,5% da população) possuía a deficiência intelectual desde o nascimento, enquanto que 600 mil (0,3%) a adquiriram por doença ou acidente. É a única em que o percentual de pessoas que nasceu com ela foi superior ao daquelas que a adquiriram por doença ou acidente. Os percentuais mais elevados foram estimados para as pessoas sem instrução e fundamental incompleto, tanto para quem nasceu com a deficiência (0,9%), como para quem a adquiriu devido doença ou acidente (0,5%).
Em 2013, 54,8% da população com deficiência intelectual possuía grau intenso ou muito intenso de limitação, ou não conseguia realizar suas atividades habituais, como ir à escola, brincar e trabalhar. Foi a maior proporção de limitação entre as deficiências investigadas. Na população com deficiência intelectual, a proporção de pessoas que frequentavam serviço de reabilitação em saúde, composto por equipes multiprofissionais e de assistência interdisciplinar, foi de 30,4%, a maior dentre as quatro pesquisadas.
2,2 milhões de pessoas tinham deficiência auditiva em 2013
No Brasil, cerca de 2,2 milhões de pessoas (1,1% da população) possuíam deficiência auditiva, sendo a menor proporção observada para a região Norte (0,8%). Foram consideradas pessoas com deficiência auditiva aquelas com surdez nos dois ouvidos, ou surdez em um ouvido e audição reduzida no outro, ou audição reduzida em ambos os ouvidos.
Essa deficiência foi mais frequente para as pessoas sem instrução e com fundamental incompleto (1,8%) e no grupo de 60 anos ou mais de idade (5,2%). Foi a única com resultados estatisticamente diferenciados por cor ou raça, em que os brancos (1,4%) apresentam proporção superior aos pretos e pardos (ambos com 0,9%).
Na população, 0,9% tem deficiência auditiva causada por doença ou acidente, enquanto 0,2% a possuía desde o nascimento. A proporção de quem adquiriu a deficiência auditiva foi menor na região Norte (0,6%) e maior na Sul (1,3%), sendo, mais elevada para o grupo com 60 anos ou mais (5,0%), para a população de cor branca (1,2%) e para pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto (1,6%). Em 2013, 20,6% da população com essa deficiência tinha grau intenso ou muito intenso de limitações ou não conseguia realizar atividades habituais. No Brasil, 8,4% deles frequentavam serviço de reabilitação.
Das deficiências, a visual é a mais comum entre a população
A deficiência visual mostrou-se a mais frequente na população (3,6%), atingindo aproximadamente 7,2 milhões de pessoas. Foi mais elevada na região Sul (5,9%) e entre as pessoas de 60 anos ou mais (11,5%). Considerou-se como deficiência visual os casos de cegueira de ambos os olhos, cegueira de um olho e visão reduzida do outro, cegueira de um olho e visão normal do outro e baixa visão de ambos os olhos. Esta deficiência foi a que teve a maior proporção de pessoas que a adquiriram por doença ou acidente (3,3%), enquanto que 0,4% a possuía desde o nascimento. No país, 6,6% das pessoas com deficiência visual usavam algum recurso para auxiliar a locomoção, como bengala articulada e/ou cão guia.
Sobre o grau intenso ou muito intenso de limitações ou a não realização das atividades habituais, a deficiência visual apresentou a menor proporção (16,0%). A região Nordeste foi a única com proporção superior ao nível nacional (20,8%). O serviço de reabilitação foi frequentado por 4,8% das pessoas com esse tipo de deficiência, o menor percentual dentre as quatro pesquisadas.
Saúde dos idosos: 17,3% dos idosos têm dificuldades para realizar atividades instrumentais de vida diária
Em 2013, cerca de 26,5 milhões de pessoas tinham 60 anos ou mais de idade, representando 13,2% da população, e 17,3% delas (4,6 milhões) possuíam limitação funcional para exercer, sozinhas, suas atividades instrumentais de vida diária (AIVD). Trata-se de limitações para fazer compras, cuidar do próprio dinheiro, tomar medicamentos e utilizar transporte como ônibus, metrô, táxi ou carro. A região Nordeste apresentou a maior proporção desse indicador (22,0%).
A limitação funcional para AIVD foi maior entre as mulheres (20,4%) do que entre os homens (13,4%). Quanto maior o grupo de idade, maior a proporção estimada, variando de 6,4% para as pessoas de 60 a 64 anos a 39,2% para as pessoas de 75 anos ou mais. Quanto maior o nível de instrução, menor a proporção estimada, sendo 27,6% para o nível sem instrução e 7,9% para fundamental completo ou mais.
Já a limitação funcional para a realização das atividades de vida diária (AVD) atingia 6,8% dos idosos em 2013 (1,8 milhão de pessoas). É o caso de comer, tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se, andar em casa e deitar-se. Quanto maior o grupo de idade, maior a proporção de idosos com essas dificuldades, variando de 2,8% para as pessoas de 60 a 64 anos até 15,6% para as pessoas de 75 anos ou mais. Por outro lado, quanto maior o nível de instrução, menor o indicador, sendo 10,2% para as pessoas sem instrução e 3,7% para fundamental completo ou mais.
A pesquisa verificou, ainda, que 84,0% dos idosos com essas dificuldades (1,5 milhão) precisaram de ajuda para realizar essas atividades, mas 10,9% não recebiam auxílio, 17,8% recebiam cuidados remunerados de alguém (podendo ser um familiar ou não, residente ou não no mesmo domicílio) e 78,8% recebiam cuidados de familiar (podendo ser residente ou não no mesmo domicílio, e remunerado ou não).
7,6 milhões de idosos foram diagnosticados com catarata
A proporção de idosos diagnosticadas com catarata em uma ou ambas as vistas atingiu 28,7% (7,6 milhões). As maiores taxas ocorreram nas regiões Nordeste (31,9%) e Centro-Oeste (33,7%) e a menor na região Sul (21,8%). A taxa foi menos frequente entre os homens (24,6%) do que entre as mulheres (31,9%) e aumentou de acordo com a idade, chegando a 47,5% para as pessoas de 75 anos ou mais. No que se refere à cor ou raça, os brancos apresentaram a maior proporção (30,5%).
Das pessoas que tiveram o diagnóstico de catarata, 72,2% tiveram indicação de cirurgia e a realizaram. A região Nordeste (66,5%) mostrou resultado inferior à média nacional. Dos que não realizaram a cirurgia, os motivos mais citados foram: não achou necessário (18,4%); a cirurgia já estava marcada (17,8%); não conseguiu vaga (14,2%); e estava com dificuldades financeiras (9,1%).
Saúde das mulheres: 60% das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia nos últimos dois anos anteriores à data da pesquisa
Três em cada cinco mulheres brasileiras de 50 a 69 anos (60,0%) realizaram exame de mamografia nos dois anos anteriores à pesquisa. Este cuidado com a saúde foi mais observado entre as mulheres brancas (66,2%) e com nível superior completo (80,9%). Entre mulheres pretas (54,2%), pardas (52,9%) e com menor nível de instrução (50,9% entre as sem instrução ou com ensino fundamental incompleto), as frequências foram menores. A menor proporção de mulheres que haviam feito o exame foi na região Norte (38,7%), seguida das regiões Nordeste (47,9%), Centro-Oeste (55,6%), Sul (64,5%) e Sudeste (67,9%).
No Brasil, 79,4% das mulheres de 25 a 64 anos realizaram o exame preventivo para câncer de colo de útero (Papanicolau) nos últimos três anos anteriores à pesquisa. As regiões Sudeste (81,1%), Sul (83,0%) e Centro-Oeste (80,9%) apresentaram percentuais acima da média nacional, enquanto as regiões Norte (75,5%) e Nordeste (75,1%) estavam abaixo em 2013. Entre as mulheres de 25 a 64 anos que nunca fizeram o exame, 45,6% declararam não achar necessário, 20,7% nunca haviam sido orientadas a fazer o exame e 9,7% declararam ter vergonha.
No Brasil, 7,7% das mulheres de 18 anos ou mais foram submetidas à cirurgia para retirada do útero. O principal motivo foi a retirada de mioma uterino (65,7%). Em 2013, 69,8% das mulheres com 45 anos ou mais de idade e que não fizeram cirurgia de retirada do útero já haviam iniciado a menopausa.
Primeira gravidez acontece mais cedo entre mulheres menos instruídas
No Brasil, a idade média na qual as mulheres tiveram sua primeira gravidez foi 21 anos. Aquelas com menor nível de instrução tiveram sua primeira gravidez mais jovens (19 anos entre as sem instrução ou com ensino fundamental incompleto), ao passo que, entre as mulheres com nível superior completo, isso ocorreu aos 25 anos, em média.
Considerando as mulheres de 18 a 49 anos sexualmente ativas nos últimos 12 meses e que ainda menstruavam, 61,1% fizeram uso de métodos para evitar a gravidez. As mulheres brancas (65,8%), aquelas com maior nível superior completo (69,7%) e ensino médio completo ou superior incompleto (66,8%) apresentaram maiores percentuais de utilização de métodos contraceptivos.
Na mesma faixa etária, 69,2% das mulheres ficaram grávidas alguma vez na vida. Nas regiões Norte (73,6%) e Nordeste (72,9%), os percentuais foram acima da média nacional. No Sudeste se observou o menor percentual (66,1%). Foram verificados maiores percentuais de mulheres que já estiveram grávidas entre aquelas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (87,0%) e este percentual reduzia conforme aumentava o nível de instrução (56,4% entre as que tinham concluído o ensino superior).
Entre as mulheres de 18 a 49 anos, 2,1% provocou o aborto pelo menos uma vez na vida. Este percentual variou de 1,0% no Sul a 3,0% no Nordeste. As mulheres sem instrução ou com o fundamental incompleto (2,8%), assim como aquelas com o fundamental completo ou com o médio incompleto (3,0%), apresentaram maiores percentuais, se comparadas com as mulheres com curso superior. A proporção de mulheres de cor preta (3,5%) que declararam ter tido algum aborto provocado foi maior em relação às de cor branca (1,7%).
Por outro lado, 15,2% das mulheres na mesma faixa etária sofreram algum aborto espontâneo. Os maiores percentuais foram registrados nas regiões Norte (18,1%) e Nordeste (17,8%), e o menor na região Sul (12,7%). Isso ocorreu com 21,1% das mulheres sem instrução ou com o nível fundamental incompleto e 11,7% daquelas com o nível superior completo. As mulheres pretas (18,9%) e pardas (17,7%) tiveram percentuais mais elevados do que as brancas (12,3%).
Em dois anos, mais da metade dos nascimentos ocorreram por cesariana
No Brasil, 97,4% das mulheres cujo último parto foi entre 01/01/2012 e 27/07/2013 fizeram acompanhamento pré-natal. Delas, 83,7% o iniciaram com menos de 13 semanas de gestação, 75,2% receberam orientação sobre sinais de risco na gravidez e 82,4% tiveram orientação sobre aleitamento materno. Das mulheres que fizeram o pré-natal, 74,9% foram informadas sobre o serviço de saúde que deveriam procurar no momento do parto.
Quanto aos exames realizados no pré-natal, 97,3% das gestantes fizeram exame de sangue, 64,8%, o exame para sífilis, 98,1%, o de urina e para 88,8% delas, foi solicitado o exame de HIV. Durante o pré-natal, 97,7% delas fez ao menos uma ultrassonografia.
A proporção das mulheres atendidas por médico na última gestação ocorrida no período de 01/01/2012 a 27/07/2013 foi de 87,4%, variando de 76,1% na região Norte a 94,6% na Centro-Oeste. Na média, 97,9% das gestantes tiveram o último parto em hospital ou maternidade.
No Brasil, 45,3% das gestantes tiveram parto normal, com percentuais mais elevados nas regiões Norte (59,8%) e Nordeste (55,0%) e entre mulheres sem instrução ou com o nível fundamental incompleto (65,3%). Das mulheres que fizeram parto cesáreo, 53,5% tiveram o parto marcado com antecedência, ainda no pré-natal.
Saúde das crianças com menos de dois anos: quase 76% das crianças com um ano estavam em dia com a vacina tetravalente
No Brasil, 75,9% das crianças com um ano de idade tomaram pelo menos três doses da vacina tetravalente, que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche e meningite. A região Sul foi a única a apresentar proporção distinta da média nacional (85,3%). A área rural (83,3%) apresentou proporções superiores à área urbana (74,3%).
Das crianças entre nove e 12 meses, 50,6% receberam aleitamento materno de modo complementar. Foi estimado que 60,8% das crianças com menos de dois anos comiam biscoitos, bolachas ou bolo, e 32,3% tomavam refrigerante ou suco artificial.
Em 2013, 28,7% das crianças com menos de 2 anos de idade haviam recebido a primeira consulta médica no período de até sete dias depois da alta da maternidade. A região Sul (44,0%) alcançou proporção superior à média nacional, enquanto que as regiões Nordeste (17,7%) e Norte (21,8%) ficaram abaixo. Esse percentual foi maior na área urbana (30,4%) que na rural (20,0%).
No Brasil, 70,8% das crianças com menos de dois anos realizaram o teste do pezinho na primeira semana de vida. Seu objetivo é detectar precocemente doenças metabólicas genéticas ou infecciosas. As maiores proporções foram nas Sul (83,5%) e Sudeste (84,7%), enquanto que as regiões Centro-Oeste (69,1%), Nordeste (53,8%) e Norte (56,4%) apresentaram as proporções inferiores à média nacional. A área urbana (73,2%) apresentou proporção superior à área rural (58,4%).
Mais da metade (56,0%) das crianças de menos de dois anos realizaram no primeiro mês de vida o teste da orelhinha, que serve para diagnóstico precoce da perda auditiva. As maiores proporções foram nas regiões Sudeste (70,3%) e Sul (77,6%), enquanto as menores ocorreram nas regiões Norte (35,3%) e Nordeste (37,5%). A área urbana (60,6%) apresentou proporção superior à área rural (32,2%).
Na mesma faixa etária, 51,1% das crianças realizaram no primeiro mês o teste do olhinho, exame que pode detectar e prevenir alterações oculares e seu agravamento. As regiões Nordeste (28,9%) e Norte (30,4%) apresentaram os menores percentuais, enquanto que as regiões Sul (68,5%) e Sudeste (71,1%), os maiores. A área rural teve proporção estimada menor do que a área urbana, 31,3% e 54,9%.
Antropometria: Obesidade atinge uma em cada quatro mulheres
Uma em cada quatro mulheres de 18 anos ou mais de idade (24,4%) era obesa em 2013, enquanto, entre os homens, o percentual era de 16,8%. Isso significa que essas pessoas tinham índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30, obtido através da divisão do peso pelo quadrado da altura. A obesidade chegou a 32,2% nas mulheres com idade de 55 a 64 anos, contra 23,0% nos homens.
Mais da metade da população apresentou excesso de peso (56,9 %), ou seja, cerca de 82 milhões de pessoas apresentaram o IMC igual ou maior do que 25, estando aí incluídos os obesos. Isso indica uma prevalência maior de excesso de peso no sexo feminino (58,2 %), sendo do sexo masculino (55,6%). Estes percentuais incluem os portadores de obesidade. O excesso de peso aumenta com a idade, de modo mais rápido para os homens, que na faixa de 25 a 29 anos chega a 50,4%. Contudo, nas mulheres, a partir da faixa etária de 35 a 44 anos a prevalência do excesso de peso (63,6%) ultrapassa a dos homens (62,3%), chegando a mais de 70,0% na faixa de 55 a 64 anos. A partir dos 65 anos de idade, observa-se um declínio da prevalência do excesso de peso, tanto no sexo masculino quanto no feminino, sendo mais acentuada nos homens, que na faixa etária de 75 anos e mais corresponde a 45,4% contra 58,3% do sexo feminino.
Já o déficit de peso em adultos com 18 ou mais anos foi de 2,5 % (2,1% para homens e 2,8% para mulheres), ficando abaixo do limite de 5,0% esperado em qualquer população para indivíduos constitucionalmente magros. A estratificação da população adulta por grupos de idade indica que a prevalência de déficit de peso só ultrapassa os 5,0% apenas para mulheres com idade entres 18 e 24 anos (6,8%), sendo que para os homens desta faixa etária a prevalência de déficit de peso (4,6 %) é a maior dos grupos de idade, porém não chega a 5,0%. Indicando com isso a não exposição à desnutrição da população adulta, como um todo.
Mais da metade das mulheres tinham a circunferência da cintura aumentada
Enquanto 52,1% das mulheres tinham uma circunferência da cintura maior ou igual a 88 cm, o que caracteriza obesidade abdominal, 21,8% dos homens media 102 cm ou mais nessa parte do corpo. O excesso de gordura abdominal está associado ao risco de doenças cardiometabólicas, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial. Com relação à circunferência da cintura aumentada por grupos de idade, observa-se que conforme aumenta a idade ela tende a ficar mais elevada, tanto no sexo feminino quanto no masculino, ultrapassando 70,0% das mulheres acima de 55 anos de idade e a 35,0% no caso dos homens.
Em dez anos, obesidade feminina passa de 14% para 25,2%
Entre 2003 e 2013, a obesidade entre mulheres de 20 anos ou mais de idade passou de 14,0% (de acordo com a POF 2002-2003) para 25,2% (segundo a PNS), um aumento de 11,2 pontos percentuais (p.p.). Entre os homens, houve um menor crescimento, de 9,3% para 17,5%, uma diferença de 8,2 p.p. Em relação ao excesso de peso, também houve um aumento contínuo tanto para os homens (de 42,4% para 57,3%) quanto para as mulheres (de 42,1% para 59,8%). Por outro lado, houve declínio contínuo do déficit de peso, tanto para homens (de 2,8% para 1,9%) quanto para mulheres (de 4,9% para 2,5%).
Em 2013, 22,3% das pessoas estavam com pressão arterial alta no momento da entrevista. Isso era mais frequente entre os homens (25,3%) que entre as mulheres (19,5%), tornando-se mais comum à medida que a idade avançava: enquanto 5,7% das pessoas entre 18 e 24 anos estavam com pressão alta, isso ocorria com 46,5% daquelas com 75 anos ou mais. Por outro lado, 5,9% da população apresentou a pressão arterial abaixo do normal. Nas pessoas de sexo feminino, a frequência era de 8,7%, bem mais elevada que a do sexo masculino, com 2,8%. Esta é a primeira pesquisa em âmbito nacional que mediu a pressão arterial dos moradores de 18 anos ou mais de idade.
Ministério da Saúde, 21/08/2015