O número de indígenas no Brasil cresceu nos últimos 30 anos, ou pelo menos daqueles que se autodeclaram como membros destes povos. É o que indica uma análise sobre os três últimos censos promovidos pelo IBGE, quando este número saltou de 294 mil pessoas, em 1991, para 734 mil, no ano 2000, e 817 mil, em 2010. Desde que a autodeclaração de raça e cor do censo incluiu a categoria “indígena” para toda a população entrevistada, e não apenas em grupos amostrais, fato ocorrido em 2010, promoveu-se também uma ampliação nos registros de etnia, língua materna e condições de saúde desta população.

Em entrevista à Ensp TV, programa da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o pesquisador da Escola e coordenador do Grupo de Trabalho Demografia dos Povos Indígenas no Brasil da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), Ricardo Ventura Santos, fez uma análise sobre os dados apresentados pelo IBGE, que mostram, além do crescimento importante desta população, um aumento das desigualdades em diversos planos acerca dessa sociedade.

Segundo o pesquisador, o crescimento dessa população “reflete uma mudança na questão da classificação, que não tem uma explicação biológica, mas social e cultural”. Em sua opinião, há uma fluidez de classificação, que é importante porque pode refletir de várias maneiras, por exemplo na elaboração de políticas públicas no Brasil.

Assista o vídeo da entrevista na íntegra

Portal Fiocruz, 20/08/2014