A Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil fez uma parceria com a Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, para desenvolver estudos sobre os 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), a serem completados em 2018.

Nesta terça-feira (25), em Brasília, o organismo internacional promoveu um seminário, com dois pesquisadores da universidade estadunidense e várias instituições brasileiras, para debater sobre as conquistas, desafios e ameaças ao SUS.

Essa parceria busca também identificar cenários e políticas para o sistema de saúde brasileiro até 2030. Segundo o coordenador da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS/OMS, Renato Tasca, esse marco temporal foi escolhido por coincidir com o ano limite para os países avançarem no cumprimento das metas globais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Nossa intenção é reunir evidências para subsidiar as decisões dos gestores na superação dos desafios postos ao sistema brasileiro. Vamos promover discussões pontuais, como a sustentabilidade do SUS em diversas perspectivas, reunindo os atores da saúde juntamente com pesquisadores do tema”, explicou Tasca.

Os estudos serão coordenados pelos pesquisadores Marcia Castro e Adriano Massuda, da Universidade de Harvard, com colaboração de outros pesquisadores de universidades brasileiras. “Como a Agenda 2030 para os ODS, os países estão olhando para o Brasil como um observatório sobre políticas de saúde que deram certo e também as que não deram certo. Com o estudo, queremos identificar evidências científicas sobre o que o SUS representou e simular cenários levando em conta o contexto político e econômico no Brasil para garantir uma saúde pública de qualidade. Queremos mostrar o que foi o SUS e o que pode ocorrer com o Sistema dependendo dos caminhos que o país adotar”, apontou Marcia. “Esse estudo jogará luz sobre discussões pertinentes para o futuro do sistema de saúde brasileiro em um cenário de crise”, ressaltou Massuda.

Participaram do seminário membros do Ministério da Saúde, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), da Associação Nacional do Ministério Público em Defesa da Saúde, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

ODS
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram fixados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Trata-se de uma agenda de ação até 2030, com 17 Objetivos e 169 metas construídas sobre o legado dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Os ODS são integrados e indivisíveis e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Eles estimularão a ação para os próximos anos em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta e abrangem um conjunto mais amplo de temas que os ODM no que diz respeito à saúde. O ODS 3, por exemplo, visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. Abrange os principais temas de saúde, incluindo saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, doenças infecciosas, doenças crônicas não-transmissíveis, saúde mental, acidentes de trânsito, cobertura universal de saúde, saúde ambiental e fortalecimento dos sistemas de saúde.

Além disso, outros ODS estão fortemente relacionados à saúde por meio das respectivas metas e indicadores, tais como nutrição (ODS 1), água e saneamento (ODS 6), qualidade do ar e violência, bem como para o principais determinantes da saúde, como a educação e a pobreza.

 

 

Fonte: Opas