“O mundo deve estar pronto quando a próxima pandemia vier”, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa em Genebra, nesta segunda-feira (7), instando os países a investirem mais em saúde pública como parte de seus esforços para se recuperar da COVID-19.

“A COVID-19 está ensinando muitas lições a todos nós”, disse o diretor da OMS. “Uma delas é que a saúde não é um artigo de luxo para quem pode pagar – é uma necessidade e um direito humano. A saúde pública é a base da estabilidade social, econômica e política”, acrescentou, conclamando os países a investirem em serviços de prevenção, detecção e resposta às doenças.

Embora muitos países tenham feito “enormes avanços” recentemente no campo dos medicamentos, muitos negligenciaram seus sistemas básicos de saúde pública, que é a base para responder aos surtos de doenças infecciosas.

“Parte do compromisso de reconstrução de cada país deve incluir investimento em saúde pública para que tenhamos um futuro mais saudável e seguro”, enfatizou o chefe da OMS.

“Em última análise, não estamos apenas lutando contra um vírus. Estamos lutando por um futuro mais saudável, seguro, limpo e sustentável”.

Comitê de Revisão do Regulamento de Saúde Internacional

O chefe da OMS também informou que o Comitê de Revisão do Regulamento de Saúde Internacional (RSI) iniciará seus trabalhos nesta terça-feira (8), e vai analisar a convocação do Comitê de Emergência, a declaração de uma emergência de saúde pública de interesse internacional, o papel e o funcionamento dos pontos focais nacionais do RSI e examinará o progresso feito na implementação das recomendações dos comitês de revisão anteriores.

O Comitê de Revisão, que incluiu especialistas independentes, avaliará o funcionamento do Regulamento de Saúde Internacional e aconselhará se mudanças serão necessárias.

O RSI – um tratado internacional que rege a preparação e resposta a emergências de saúde – foi adotado pela primeira vez em 1969 e é juridicamente vinculativo para 196 países, incluindo todos os Estados-membros da OMS. Sua última revisão foi feita em 2005.

O tratado descreve os direitos e obrigações dos países, incluindo a exigência de relatar eventos de saúde pública, bem como os critérios para determinar se um evento constitui ou não uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”.

“Dependendo do progresso feito, o comitê pode apresentar um relatório de progresso provisório à Assembleia Mundial da Saúde em novembro e um relatório final à Assembleia em maio do próximo ano”, explicou o diretor da OMS.

Fonte: ONU Brasil

Foto: Agência Brasil