No primeiro dia oficial do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2015, no campus Samambaia, na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, Carlos Médicis Morel, coordenador Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) palestrou sobre a Autonomia e Dependência do Brasil em Ciência, Tecnologia e Inovação em saúde.
José Paranaguá de Santana, pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde (NETHIS/Fiocruz) coordenou a atividade e ressaltou na abertura dos trabalhos a importância da cooperação no campo da ciência. “Devemos nos propor a trabalhar em conjunto, a cooperação é de suma importância para a evolução científica e social”.
Carlos Morel iniciou sua exposição questionando: a quem serve a ciência feita no Brasil? De acordo com Morel, a provocação se dá pelo fato da burocracia brasileira ainda ser um entrave para a produção e inovação científica e tecnológica no país.“Nós devemos mudar a forma com que se avalia ciência no Brasil. A reformulação é necessária para nosso crescimento. Temos excelentes cérebros, laboratórios, universidades e instituições de pesquisa. Contudo, não temos o principal, a inovação”, destacou Morel.
O palestrante apontou a necessidade do Estado se fortalecer como empreendedor e fomentar as pesquisas, artigos, patentes e inovações tecnológicas. Plataformas integradas entre centros de pesquisa e outras formas de produção colaborativa, reconhecidamente eficazes e comumente utilizadas pelos maiores desenvolvedores de pesquisas, patentes e tecnologias em saúde no mundo, ainda não fazem parte da realidade da produção cientifica brasileira. “Quem faz ciência no Brasil não faz tecnologia e vice-versa. Temos um raio-x de vários pesquisadores que trabalham sobre o mesmo escopo, porém poucos firmaram parcerias. Temos que inovar, trabalhar em rede, isto é, utilizar de todo conhecimento, explícito ou não. Para isso, devemos unir as várias áreas e especialidades”.