Olhares e ouvidos atentos, assim estava o público que assistiu ao seminário do Centro de Estudos do Icict, “Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa: desafios da implementação”, que aconteceu na terça-feira, 25/10, na Sala Multimídia do Icict.

Estavam presentes a coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa (Cosapi/Dapes/SAS), do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann, que mediou o seminário, e os pesquisadores da Fiocruz, Dália Romero (Laboratório de Informação em Saúde – Lis/Icict), Débora Castanheira (Lis/Icict), Daniel Groisman (Laboratório de Educação Profissional na Atenção à Saúde, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio – EPSJV) e Angela Castilho (Centro de Saúde Germano Sinval Faria, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Ensp). Eles falaram sobre “O papel da Fiocruz na implementação da PNSPI (Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa)”.

Cristina Hoffmann chamou a atenção para os desafios encontrados na área de Saúde do Idoso, como a qualificação de gestores, profissionais, técnicos e auxiliares, além de cuidadores, o acesso amplo às Políticas de Saúde do Idoso. Segundo a coordenadora da Cosapi, “é necessário sensibilizar o profissional de saúde, qualificar em diversos níveis e trazer a discussão para vários olhares”, abrindo o Seminário.

Os pesquisadores mostraram o que já vem sendo desenvolvido pela Fiocruz. Dália Romero abordou o trabalho do Gise – Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento, destacando o curso on-line “Informação e indicadores para a gestão de saúde do idoso no Rio de Janeiro”, que capacita gestores de políticas de saúde da pessoa Idosa do SUS, com material didático adequado para o ensino sobre informação, indicadores e políticas públicas que auxiliem no planejamento e gestão de saúde do idoso do Estado do Rio de Janeiro.

Já Débora Castanheira enfatizou a necessidade de capacitação dos gestores para que entendam e possam fazer o seu planejamento de ações. Ela falou sobre o Sistema de Indicadores de Saúde e Acompanhamento de Políticas do Idoso – Sisap-Idoso, com seus indicadores e as possíveis análises que os gestores poderão realizar: “o gestor tem que estar apto a saber que indicadores ele pode utilizar para o seu território e no Sisap-Idoso, poderá fazer comparações com outros municípios, estados, regiões e o país”, explicou. A coordenadora técnica do Sistema, Aline Marques, também presente ao evento, acrescentou que “será possível ao gestor desenvolver suas próprias análises para a sua realidade específica, com a escolha de indicadores dentro do Sistema e o desenvolvimento de relatórios”.

“A formação de cuidadores está relacionada ao ‘direito ao cuidado’, o qual é um componente dos princípios do Estatuto do Idoso”, salientou Daniel Groisman, ao falar sobre o curso de Atualização Profissional no Cuidado da Pessoa Idosa, realizado pela EPSJV, desde 2007 e que já qualificou cerca de 400 trabalhadores. Ele falou sobre “a diferença entre o legal e o real, porque temos uma legislação avançada e ela não é totalmente implementada”. Para Groisman, “a política é de uma gestão que estabelece a sua prioridade”, assevera.

A pesquisadora Angela Castilho falou sobre os cursos oferecidos pela Ensp, Aperfeiçoamento em Saúde da Pessoa Idosa” e Especialização em Gestão da Saúde da Pessoa Idosa. Ambos os cursos são voltados para capacitar profissionais do setor da Saúde, de nível superior, que atuam na rede do SUS em todos os níveis de gestão, preferencialmente na Atenção Básica, buscando a prevenção de perdas, a manutenção e a recuperação da capacidade funcional da população idosa e o controle de fatores que interferem no estado de saúde dessa população. Os cursos, que são a distância, já atenderam cerca de quatro mil pessoas, cada um, em todo o Brasil. Para Castilho, a maior preocupação da equipe acadêmica dos cursos “é a sensibilização dos profissionais, qualificando-os em diversos níveis, e trazer a discussão para vários olhares”. Dentre os módulos como Violência contra a Pessoa Idosa, Terminalidade da Vida e Espiritualidade, Bioética, Fundamentos do SUS e etc.

Respondendo a perguntas sobre a Caderneta do Idoso, Cristina Hoffmann e Dalia Romero defenderam a sua necessidade. Hoffmann afirmou que a caderneta é “uma proposta ofertada ao gestor do SUS”. Ela afirmou também que a “implementação e a avaliação precisa ser integrada no protocolo de avaliação da equipe. A caderneta não é um panfleto”, sublinhou. Já Romero citou a importância da caderneta como uma forma de “empoderamento do idoso, que tem a mão informações sobre sua saúde”.

Novo Sisap-Idoso

O relançamento do Sisap-Idoso, apresentado durante o Seminário, trouxe boas surpresas para aqueles que já conheciam a antiga plataforma. O novo site possui dimensões para análise da situação da saúde da população idosa, enfocando indicadores como: auto-avaliação da saúde e funcionalidade, demográficos, mortalidade e morbidade, serviços de saúde, demográficos e ambientais, socioeconômicos e familiar, dentre outros. O novo Sistema gera também gráficos e mapas, e brevemente relatórios em PDF. Na matriz de Políticas Públicas do Idoso, é possível acessar todos os documentos oficiais das políticas adotadas pelo Governo Federal, além de realizar consultas on-line e contar com um “Fale conosco” para esclarer dúvidas. Clique na figura abaixo para acessar o Sisap Idoso.

Curso on-line

O curso on-line é gratuito e está dividido por módulos (nove, ao todo) para o ensino sobre informação, indicadores e políticas públicas de saúde dos idosos, para utilização na área de planejamento e gestão de saúde do idoso do Estado do Rio de Janeiro. Gestores podem e devem fazer uso do material para sua própria capacitação. A iniciativa é parte da capacitação para utilização do Sisap-Idoso. O site do curso permite que o aluno também tire dúvidas. Clique na figura abaixo para acessar o curso on-line Informação e indicadores para a gestão de saúde do Idoso no Rio de Janeiro.

Icict/Fiocruz