Como organizar a distribuição de equipamentos e procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelo território brasileiro, considerando as tendências futuras na dinâmica de distribuição espacial da população? As complexidades que envolvem a questão estiveram em pauta na última segunda-feira, 20 de fevereiro, durante a reunião de difusão do projeto Brasil Saúde Amanhã, intitulada “Elementos para o Planejamento Regional em Saúde”.
Na ocasião, os pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Tadeu Ribeiro e Mauricio Silva apresentaram o estudo “População e Saúde: distribuição espacial da população e os serviços de saúde”, desenvolvido no âmbito da rede Brasil Saúde Amanhã, em conjunto com a também pesquisadora do IBGE Mônica Magalhães. Participaram do debate Ana Luiza Viana, da Universidade de São Paulo (USP), Francisco Viacava, do Icict/Fiocruz e Luciana Dias de Lima, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz).
Distribuição espacial da população: um olhar para o futuro
Para traçar os cenários futuros para a organização do sistema de saúde a partir da dinâmica de distribuição espacial da população, o estudo percorreu três etapas. Na primeira, os pesquisadores realizaram estimativas populacionais, tendo como horizonte o ano de 2030, de modo a construir cenários demográficos para cada uma das Regiões de Articulação Urbana – recortes de grande dimensão territorial que abrigam uma cadeia de centros, desde os de maior hierarquia até centros locais, englobando todo o sistema urbano do país.
Em seguida, traçaram o perfil do dinamismo demográfico e econômico nesses recortes espaciais, levando em consideração regiões de atração e esvaziamento populacional e o desempenho econômico das regiões. Em uma segunda etapa, os equipamentos e procedimentos do SUS foram mapeados por complexidade, segundo as Regiões de Articulação Urbana, e relacionados ao contingente populacional. Por fim, os pesquisadores dimensionaram as necessidades futuras de equipamentos e procedimentos, de acordo com as projeções populacionais para 2030.