As perspectivas de crescimento e desenvolvimento econômico no Brasil nos próximos vinte anos estarão em debate na Fiocruz na próxima sexta-feira, 16 de dezembro, durante o seminário “Desenvolvimento, Espaço Fiscal e Financiamento Setorial”, promovido pelo projeto Brasil Saúde Amanhã em parceria com o Centro de Estudos Estratégicos (CEE). Com transmissão on-line através do site do CEE, o evento, que acontecerá das 10h às 13h, discutirá os impactos de médio e longo prazo da economia nacional na capacidade de financiamento das políticas públicas, especialmente do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O Brasil vive uma crise política e uma crise econômica que já provocam uma alteração significativa na trajetória de desenvolvimento do país. Como instituição estratégica de Estado, é dever da Fiocruz apresentar os horizontes de crescimento e desenvolvimento econômico para os próximos vinte anos, considerando um possível ajuste fiscal de longo prazo”, afirma o coordenador executivo da rede Brasil Saúde Amanhã, o sanitarista José Carvalho de Noronha, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
Durante o seminário, quatro pesquisadores irão abordar temas específicos. O debate será dinamizado por Carlos Gadelha, da Fiocruz, e Carlos Ocké Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Carlos Pinkusfeld Bastos, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), discutirá as perspectivas de revisão do regime fiscal, com a eventual constitucionalização de um ajuste de longo prazo, a política monetária conduzida pelo Banco Central e o regime de metas de inflação, bem como as possíveis flutuações cambiais, as variações na política industrial e o aumento ou a redução da participação do Estado nas atividades produtivas, por meio de privatizações ou da reversão destas.
Daniel Conceição, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, apresentará os limites impostos às estratégias de desenvolvimento pelo tamanho da dívida pública, tendo em vista a condição do Brasil como país emissor de sua própria moeda, em território continental, economia diversificada e sem dificuldade de acesso às matérias primas. Sulamis Dain, das Faculdades de Campinas (Facamp), analisará a capacidade de tributação da riqueza produzida nos próximos vinte anos, considerando o pacto federativo e buscando estabelecer os limites possíveis de expansão ou retração da carga tributária. Por fim, Pedro Rossi, do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), avaliará as possibilidades de direcionamento do gasto público e suas consequências na economia e na implementação de políticas públicas.
Acompanhe o seminário “Desenvolvimento, Espaço Fiscal e Financiamento Setorial” em http://cee.fiocruz.br.