Novas análises realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que atitudes negativas ou discriminatórias contra idosos são generalizadas. Elas também afetam negativamente a saúde física e mental dessa população. Sessenta por cento dos entrevistados na pesquisa “World Values Survey“, analisada pela OMS, relataram que pessoas idosas não são respeitadas.

Mais de 83 mil pessoas em 57 países fizeram parte da pesquisa que avaliou atitudes de pessoas de todas as faixas etárias em relação aos idosos. Os mais baixos níveis de respeito foram relatados em países de alta renda.

“Esta análise confirma que a discriminação por idade é extremamente comum. No entanto, a maioria das pessoas desconhece completamente os estereótipos subconscientes que elas têm sobre pessoas idosas”, afirma John Beard, Diretor de Envelhecimento e Curso de Vida. “Assim como acontece com o sexismo e o racismo, é possível mudar as normas sociais. É tempo de parar de definir as pessoas por sua idade. Isso resultará em sociedades mais prósperas, equitativas e saudáveis”.

Envelhecimento e saúde
Atitudes negativas sobre envelhecimento e pessoas idosas também têm consequências significativas para a saúde física e mental dessa população. Idosos que se sentem um fardo percebem suas vidas como menos valiosas, colocando-se em risco de depressão e isolamento social. Pesquisa publicada recentemente aponta que idosos que têm opiniões negativas sobre seu próprio envelhecimento não se recuperam bem de deficiências e vivem, em média, 7,5 anos a menos que pessoas com atitudes positivas.

Até 2025, o número de pessoas com 60 anos ou mais duplicará e, até 2050, alcançará a marca de 2 bilhões no mundo, com a grande maioria dos idosos vivendo em países de baixa e média renda.

“A sociedade se beneficiará desse envelhecimento da população se todos nós envelhecermos de uma forma mais saudável”, disse Alana Officer, coordenadora de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS. “Entretanto, para fazer isso, precisamos acabar com a discriminação por idade”.

Officer adiciona que “a discriminação por idade assume muitas formas. Elas incluem retratar pessoas mais velhas como frágeis, dependentes e fora de contato na mídia, ou por meio de práticas discriminatórias como racionamento dos cuidados de saúde por idade ou políticas institucionais, como a aposentadoria obrigatória em certa idade”.

Os limites de idade aplicados em políticas como a aposentadoria por idade, por exemplo, não reconhecem a gama de capacidades de pessoas idosas – e presume que elas são iguais. Esse preconceito profundamente enraizado institucionalmente pode ser usado para discriminar idosos ao alocar recursos para a saúde ou ao coletar dados que influenciam políticas de saúde.

Em maio de 2016, a Assembleia Mundial da Saúde instou a Diretora-Geral da OMS a desenvolver uma campanha global para combater a discriminação por idade e implementar uma estratégia global e um plano sobre envelhecimento e saúde.

O Dia Internacional dos Idosos, celebrado em 1º de outubro, destaca as importantes contribuições que essa população traz à sociedade e aumenta a consciência sobre as questões e desafios do envelhecimento no mundo atual. O tema para 2016, Tome uma posição sobre a discriminação por idade, convoca todos a considerarem esse problema e o impacto negativo que ele traz aos idosos.

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